José António Carvalho Loureiro, nasceu a 6 de Setembro de 1939, em Castro Daire. Passou a infância no meio do ferro, na serralharia do seu pai, que este herdou do seu avô. Ferreiro de profissão, arte que aprendeu com o seu pai e com quem começou a trabalhar desde miúdo. Conta-nos que o seu pai o obrigava a ir para a serralharia quando terminava a escola. Naquela altura tudo o que fazia era para o trabalho agrícola, como reparação de arados, enxadas e ferrava as rodas dos carros de bois. Mais tarde começou a fazer portões, grades e outras coisas, fazia o que lhe pediam. Trabalhava muito com a forja que tinha dois foles e que eram tocados à mão. Os foles faziam ar e acendiam o carvão. Hoje já só usa ventoinha elétrica. Para fazer as peças que lhe encomendavam, tinha que fazer sempre primeiro o molde, e muitos que fez. Depois do molde, fazia tudo manualmente até chegar ao produto final. Era um trabalho muito difícil, hoje já não é assim.

Os tempos foram evoluindo e com ele evolui também a maneira de trabalhar o ferro. Como diz, “hoje em dia as pessoas não sabem o que é trabalho duro”. Zé Ferreiro, como é conhecido, tem paixão pelo faz e isso ficou comprovado na forma como exemplificou detalhadamente todo o processo por que passa o ferro, desde o início (barra de ferro) até ao produto final.

Entrevista a José Loureiro conduzida por Liliana Silva, com captação de imagem e som por Liliana Silva a 17 de janeiro de 2020. Editado por Liliana Silva.