É com grande serenidade que Maria Helena Silva, de 75 anos, habitante de Vouzela, apresenta as duas fotografias tiradas, numa visita, em França, a uma comunidade composta por Lanza del Vasto, discípulo de Gandhi. Corria o ano de 1978. O objectivo passava por “visitar comunidades, ver como funcionavam, a sua dinâmica”. “Passámos nesta, que tinha um grupo permanente e outras pessoas que visitavam. Não se pagava, contribuíamos com trabalho durante a nossa estadia”, recorda.

Para Maria Helena Silva, “o mais importante foi a aprendizagem: ver, ouvir, captar”. “Recordo o fato de, à noite, haver um espaço exterior onde faziam uma grande fogueira, onde todos se reuniam em círculo e havia as notícias trazidas pelos que pertenciam à comunidade mas vinham de fora. Estavam inteiramente conscientes do momento que se vivia a nível social e político e não estavam afastados dessa realidade”, acrescenta.

Entre os aspetos que destaca está o fato de viverem segundo as ideias de Gandhi, de não-violência, um movimento pacífico que ainda hoje continua a dizer-lhe muito. “Impressionou-me esta aprendizagem e preparação interior, mental e espiritual”, destaca Helena Silva, que acredita que “em todo o ser humano há um lado bom”.