John Tomkinson é descendente de uma linhagem de nome próprio John, tal como já eram o seu avô e o seu pai. Ambos receberam, respetivamente, medalhas de serviço na I e na II Guerras Mundiais.

No caso do seu avô, cabo no exército britânico, participou na Campanha de Galípoli, onde os aliados tentaram capturar o estreito de Dardanelos. Perante a “derrota completa”, as tropas tiveram de recuar, seguindo para Génova e Nápoles, em Itália. O seu avô teve como missão preparar fogo para destruir os materiais usados pelos britânicos nas zonas balneares.

Já o seu pai integrou as tropas aliadas que no Dia D desembarcaram na Normandia, e iniciaram a libertação da França das tropas nazis. Perante a possibilidade de um contra-ataque alemão pelos flancos e para proteger a Ponte Pegasus, a equipa que o seu progenitor integrava ficou encarregue de simular alvos falsos para os aviões alemães. O seu pai viria a ficar ferido na Bélgica, ao ser atingido por uma metralhadora, o que lhe deixou sequelas na perna e na mão direitas.

“Nem o meu avô nem o meu pai falam sobre isto. Era um silêncio total. Foi pelo meu tio que soube as histórias”, nota John Tomkinson, realçando, no entanto que, talvez porque “foram tempos muito difíceis para os dois”, é um silêncio cheio de força.