Lucinda Bastos reside em Paredes Velhas – Cambra – Vouzela mas é natural de Luanda (Angola), onde nasceu em 1949.

A primeira lembrança que tem é precisamente de uma das viagens entre a metrópole e a colónia. Depois de ter vindo a Portugal para ser batizada – ou passaria a ser considerada ‘branca de segunda’ e não teria as regalias das outras crianças – recorda a viagem de regresso a Angola. Tinha, então 3 anos, e a sua irmã um mês.

Estávamos em 1952 e a família foi de barco, tal como acontecia com a maior parte das pessoas.

A primeira escala foi na Madeira, onde os pais decidiram alugar um carro para visitar a ilha. O passeio viria a ficar marcado na memória de Lucinda Bastos, que ainda hoje recorda a viatura descapotável e o momento em que o chapéu do pai – um elemento obrigatório na indumentária masculina da época – voou.

A par desta fotografia, que perpetua a sua memória mais antiga, tem uma outra, já no navio. “Como sempre gostei de andar de barco, as viagens eram agradáveis. Andava por ali bem-disposta, a ver a animação”, conta.

Lucinda Bastos tinha oito anos quando a família regressou a Portugal. No seu caso, haveria de voltar para começar a dar aulas até que, em 1975, veio de vez, até hoje.