Em Rebordinho ainda se vive em comunhão com a natureza e respira-se autenticidade, apesar da inexorável passagem do tempo e da evolução por ele trazida. As suas singularidades chegam-nos através do olhar e voz de Celeste Fernandes, António Batista, Aventino Pereira e José Ribeiro, quatro habitantes deste povoado da freguesia de Campia, no concelho de Vouzela.

“Rebordinho: Uma Aldeia Retratada” é, assim, uma viagem na história, que nos remete até às primeiras décadas do século passado. Da vertente económica – em que a agricultura e a criação de gado eram primordiais para a alimentação e para ajudar no sustento das famílias – aos valores sociais, passando pela vertente cultural e artística são muitas as memórias que nos chegam através dos testemunhos.

Nesta aldeia marcadamente rural, as relações interpessoais, o espírito de entreajuda comunitário e o valor da palavra dada eram ponto assente. Apesar das dificuldades, a animação estava também sempre presente. Nas ceifas – dias em que a merenda era reforçada –, nas romarias, por altura da Festa de Santa Ana, no Carnaval e não só, multiplicava-se a alegria, bem como as tradições etnográficas.

As brincadeiras de infância, as personalidades emblemáticas, os primeiros espaços comerciais da aldeia e as memórias do ensino também integram as memórias da comunidade. E nem as rivalidades foram esquecidas nos testemunhos que nos chegam e onde pontuam os acordes da concertina de António Correia e Márcio Henriques.

Mais recentemente, a história da aldeia fica marcada pela criação do Conselho Diretivo da Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro, que veio trazer um novo fulgor ao seu desenvolvimento.