Nascido em 1935, em Posmil, freguesia de São Martinho das Moitas e concelho de São Pedro do Sul, José Duarte Cardoso é um de quatro irmãos.

O seu pai era ferreiro e trabalhava de aldeia em aldeia, ferrando carros de vacas, fazendo enxadas ou os utensílios que os fregueses lhe pedissem. José Cardoso seguiu-lhe as pisadas e, desde novo, já batia o malho ou tocava o fole. Depois de ter feito a terceira classe, em São Martinho das Moitas, aos 14 anos já acompanhava o progenitor.

Paralelamente, trabalhava as terras e ajudava com os animais, dado que a família tinha uma junta de vacas e algumas ovelhas e cabras. Chegou também a guardar o gado de vigia na Serra do São Macário.

Aos 21 anos, após ter reprovado na inspeção militar, José Cardoso pediu a um primo para lhe arranjar trabalho e rumou a Lisboa, de comboio, saindo de São Pedro do Sul.

Durante quase meio século, a capital serviu-lhe de berço. A par da atividade laboral, nos tempos livres fazia alguns biscates e mantinha a habilidade de trabalhar a madeira, reproduzindo miniaturas, alfaias agrícolas, bengalas e não só.

O ‘bichinho’ ficou e quando regressou à aldeia que o viu nascer continuou a fazer diversos objetos em madeira, quer pelo seu papel utilitário, para o dia-a-dia, como pelo valor religioso.