Luísa de Campos começou, ainda nova, a trabalhar no minério. Tinha sete anos. Mesmo quando estava prestes a ter os filhos, não parava de laborar, entre acartar sacos de terra, lavar os materiais na caleira ou percorrer o interior das galerias com uma candeia na mão. 

Este era um recurso muito abundante e que empregava tanto homens como mulheres. No seu caso, passou pelas minas de volfrâmio da Chãs, de Rio de Frades, Padrão, Vale Seco e Cavada do Brás. 

Havia casos em que os trabalhadores escondiam o minério debaixo das pedras e recolhiam-no à noite, com recurso a um lampião, escondendo-o nas saias de roda e nas cintas das mulheres. 

Conta Luísa de Campos que era uma vida que “tinha tanto de alegria como de tristeza” e onde a fome estava, muitas vezes, à espreita.