António e Cidália Santos, de Várzea de Calde, no concelho de Viseu, começaram uma vida em comum muito jovens. Os primeiros meses, passados em Lisboa, ajudaram a iniciar a construção de uma casa própria, na sua terra natal, um projeto que levou mais de 20 anos a terminar. E embora tivessem um futuro garantido em Portugal, fizeram um empréstimo para comprar malas, roupa e a viagem para irem para a Suíça. Partiram rumo ao desconhecido, na parte alemã da confederação helvética. Começaram por trabalhar num restaurante e, no primeiro ano, ganharam para pagar todas as dívidas e para instalarem eletricidade em sua casa, substituindo a candeia a petróleo.

Ainda assim, o início foi muito duro, reconhecem. As saudades eram tantas que, durante três meses, Cidália não desfez as malas. As fotografias da família estavam sempre presentes, como que ajudando a suportar a dor da ausência.
Mas o casal foi-se adaptando e procurando aprender a língua estrangeira. “Andávamos sempre com um papel e uma esferográfica na mão”, gracejam.

‘Aforrar’ era a principal preocupação e, assim, embora tivessem pensado ficar por pouco tempo, acabariam por permanecer durante 23 anos, o que lhes ajudou a “melhorar a vida e proporcionou novas experiências”.
Neste testemunho, falam das várias peripécias que viveram, tanto em Zizers como em Chur, e de como se sentiram muito acarinhados e o seu trabalho reconhecido.

Devido a um problema de saúde de António, decidiram voltar às raízes. Hoje, e apesar das boas memórias no estrangeiro, onde ganhou a sua vida, Cidália faz questão de realçar que “não trocava este cantinho do céu por nada”.