Na aldeia de Sequeiros, que pertence ao concelho de São Pedro do Sul, várias pessoas sabem talhar males de pele, como a zerpela, sarampo, cabrita, zona ou peçonha. O mesmo acontece com outros problemas de saúde, como a vista inflamada ou a espinhela caída, que encontram solução na sabedoria popular.

Maria José, por exemplo, aprendeu com a avó, que a criou, a reza para o cobro, que se tem mantido na sua família ao longo de gerações.

Com um tição (brasa) aceso, percorria-se, pelo ar, a zona do corpo afetada pelas borbulhas e dizia-se:

“Cobro, cobrão

Aranha, aranhão

Bicho de toda a nação

Corto-te rabo, cabeça e coração

Sai daqui,

Senão espeto-te com este tição”.

A cura terminava com um Pai-Nosso, uma Ave-maria e uma Salve Rainha e repetia-se três vezes, durante três dias seguidos.

Conforme acrescenta a habitante, as crenças populares incluem ainda o uso de plantas medicinais em remédios caseiros, nomeadamente a arruda e o alecrim. Já em dias de trovoada, manda a tradição que se queimem algumas hastes dos ramos benzidos no Domingo de Ramos, como forma de pedir proteção.