Em praticamente todo o Portugal rural onde há rios de montanha, há moinhos de água. A povoação da Redinha não é excepção. Banhada pelo rio Anços, afluente do rio Arunca, o qual é por sua vez afluente do rio Mondego, a Redinha chegou a ter dezenas de moinhos de água, com as suas mós de pedra a funcionar continuamente, contribuindo para a alimentação das populações da região e dos seus animais, em tempos de subsistência alimentar.

No ano de 2021, restam dois moleiros, por sinal irmãos, Fernando Amaro e Carlos de Jesus Maria. Começámos por visitar o conjunto de moinhos do primeiro deles, uma adaptação bastante interessante de um sistema de moinhos tradicionais, construído em metal, permitindo o uso simultâneo de várias mós as quais, ao estarem alinhadas em sequência, distribuem entre si a energia cinética da água do rio Anços. Ao conversarmos com Fernando Amaro, intuimos ainda que é a herança familiar, do pai e do avô, que constitui o impulso para manter no ativo a atividade de moleiro, cuja farinha produzida é distribuida por várias padarias da região.