Na década de 90 do século passado, o termalismo “era tudo” para Monfortinho. “Entre maio e outubro”, com a presença de aquistas na estância local, a localidade fervilhava, enquanto no inverno era a atividade da caça a atrair visitantes.

Foi neste período, em 1993, que Isilda Esteves começou a trabalhar no Hotel Fonte Santa, um exemplo das marcas sociais então enraizadas. Tal como acontecia com o Hotel Astória, aqui ficavam alojados os termalistas de condição económica superior, em períodos que oscilavam entre duas a três semanas, de acordo com o indicado pelo médico. Uma das curiosidades, conta a nossa interlocutora, é que “a água termal era levada aos quartos dos hóspedes antes do pequeno-almoço”.

“Foi uma época muito gira. Eram pessoas com mais posses, com disponibilidade de tempo, que tinham grande ligação com as termas, que eram uma moda, como se pertencessem a um estatuto”, explica, salientando que esta “cultura se mantinha para as gerações seguintes”.

Reconhecendo “saudades” desse tempo, conta que a relação entre colaboradores e clientes “era a de uma família, era como se fosse a segunda habitação”.

Situadas numa zona lindíssima, cheia de história, com ar puro e natureza envolvente, o verde da paisagem e a proximidade com a fronteira são algumas das características que, para Isilda Esteves, tornam estas termas especiais.