Ao longo dos últimos séculos, sucessivas gerações foram mantendo viva a arte de tecer em Várzea de Calde, através dos gestos repetidos, quer no cultivo quer na transformação do linho e da lã. No final, das mãos de inúmeras mulheres encostadas aos teares, foram saindo obras quase sempre em tons esmorecidos.

No Museu Etnográfico Casa de Lavoura e Oficina do Linho, em Calde, pudemos ver parte desse processo, com Alcina Ferreira Campos a produzir, através do tear e de forma artesanal, tapeçaria de farrapos. Neste caso, trata-se de um tapete de tirela (ou de firmas, como também é conhecido), que permitia reaproveitar restos de vestuário antigo.
O ritmo do bater do pente no tear, que implica um pulso leve, mas firme, marca este registo.