Em Várzea de Calde, a produção e a transformação do linho apresentam-se como uma atividade inseparável da evolução histórica do setor têxtil na região, representando uma fonte valiosa no que à etnografia concerne.

Do cancioneiro popular às formas de cultivo e de tratamento baseadas no saber empírico, sem esquecer os instrumentos de preparação artesanal do linho, são inúmeras as riquezas que nos foram chegando e que continuam a ser perpetuadas, graças às tecedeiras e às entidades que procuraram manter vivas as tradições.

O linho, tal como a lã, é um produto tradicional não só do concelho de Viseu, mas também dos envolventes e ainda hoje é possível apreciar o trabalho no tear, como nos mostra Lúcia Fernandes Ferreira neste testemunho, que nos permite apreciar alguns dos componentes que asseguram o funcionamento do tear. O órgão, a teia, os liços, o batente, as pienhas, a roldana, o burro, as queixas e a lançadeira estão entre esses elementos.

Aliados ao trabalho humano, conseguem-se mantas, tapetes, colchas e toalhas, entre outros, que são de uma beleza e perfeição notáveis.