André Oliveirinha, arqueólogo do Município de Penamacor, conduz-nos pela Casa da Memória da Medicina Sefardita Ribeiro Sanches, inaugurada em Dezembro de 2021, um espaço dedicado ao médico, filósofo e cientista de origem judaica, que nasceu no concelho em 1699.

Integrada na Rede de Judiarias de Portugal, trata-se de “um grande centro documental aberto ao público” que “quer guardar a memória singular e coletiva do povo em relação à vida e obra dos médicos sefarditas que tiveram de sofrer exílio devido às perseguições feitas pela Inquisição”. Além disso, pretende-se “enaltecer a herança judaica no país, que tem maior preponderância na zona da raia”.

A parede dos nomes, com cerca de 500 entradas de personalidades ligadas à área da medicina e à arte da cura, é uma das componentes do projeto, a que se junta a sala da Diáspora, que representa figuras – como Garcia de Orta e Amato Lusitano – que tiveram de exilar-se face ao contexto da época e atingiram notoriedade no estrangeiro.

O segundo piso é dedicado à vida e obra de António Nunes Ribeiro Sanches, desde a sua formação, estudos e relações com o mundo, o período de residência na Rússia e o seu legado na área da antropologia. Para a memória ficam obras como As Cartas sobre a Educação da Modicidade, Dissertação sobre a Paixão da Alma e o Tratado da Conservação da Saúde dos Povos.