Há cerca de meio século, a realidade do Bicanho era muito distinta. Através das memórias de Paula Silva, técnica de Balneoterapia, recuamos ao período de funcionamento das antigas instalações das Termas do Bicanho e dos alojamentos que as envolviam. O movimento era de tal ordem que foi criado o Apeadeiro do Bicanho, na Linha do Oeste, para receber os visitantes.
Os utentes chegavam, conforme recorda, também em burros, carregados, com os seus mantimentos, utensílios de cozinha, roupas de cama e tudo o mais que fosse necessário. “Eram umas férias”, explica a técnica.
Paula Silva partilha ainda lembranças do antigo balneário da Azenha, “onde as banheiras ficavam no chão, em pequenos gabinetes”. A água, quente e macia, estava sempre a correr para a realização dos banhos de imersão, com a constância das suas características mineralógicas a tornarem-na indicada para problemas de pele.