Com base no conhecimento empírico, a aldeia de Águas foi vendo chegar inúmeros aquistas em busca de alívio para as suas enfermidades.

Isabel Maria Lourenço, de 77 anos, habitante do lugar, fala dos banhos que eram dados “num casarão enorme, que por baixo tinham um grande tanque e alguns compartimentos com banheiras, cuja água era aquecida numa caldeira de ferro”. Cabia à Junta de Freguesia fazer a arrematação da exploração termal de cada ano.

Quando o seu marido foi Presidente da Junta, iniciou algumas melhorias, “substituindo as banheiras, retirando o tanque e fazendo uma cozinha para servir as pessoas que ficavam alojadas durante o período de tratamento”. “Era sobretudo gente simples e humilde”, nota. Mais tarde, continua, foi sob a alçada de António Vieira Pires que foi feita uma remodelação, que permitiu à estância ter “outro nível e apresentação”.

A ligação da comunidade à água sempre esteve muito enraizada. Conta a moradora que a sua avó, “que durou até aos 98 anos só bebeu água da Fonte Santa, porque dizia que ajudava a fazer a digestão”. Também as pessoas que vêm com problemas de locomoção e respiratórios “ficam diferentes”, frisa.

Para Isabel Maria Lourenço, tendo em conta que “as aldeias do Interior estão a ficar desertas, equipamentos como as termas dão vida e movimento, contribuindo para a economia local e melhorando a sua saúde”.