Maria Arménia Almeida, de 83 anos, residente nas Termas Sangemil, fala-nos do impacto do sector termal na localidade e dos movimentos sociais que se produziam com a chegada dos curistas.
Em tempos “bem diferentes”, como recorda, a sua vinda representava uma grande azáfama. Como faltavam equipamentos de apoio ou dada a escassez de recursos financeiros, os aquistas faziam-se acompanhar dos bens de que iriam necessitar na sua estadia. Burros e carroças vinham carregados e traziam de tudo, desde lenha a colchões.
Já nas casas onde se albergavam, encontravam as banheiras que eram enchidas com as águas milagrosas. Os banhos duravam entre 15 a 20 minutos e depois os doentes ficavam na cama, a “transpirar”, porque se defendia que o procedimento aliviava as maleitas. E a verdade é que regressavam, ano após ano, em busca desse bálsamo.
Além de um maior parque habitacional, os campos agrícolas eram cultivados e a comunidade juntava-se no largo em dias de festa. Mas aos poucos a população foi saindo para outras paragens e faltam agora investimentos que fixem residentes.