Registo integrado no projeto “Pedras Faladas: Memórias Geológicas de Bodiosa”, uma homenagem às pessoas concretas que estiveram e estão ligadas ao universo geológico desta freguesia do município de Viseu.

De origens humildes, Leonel Madeira teve que se fazer à vida muito novo: com doze anos rumou a Alcácer do Sal e depois para Almeirim, Alpiarça e Coruche, para trabalhar na plantação e colheita do arroz, vivendo e trabalhando em condições de extrema precariedade. Posteriormente voltou para a sua terra e falando com um vizinho percebeu que podia ficar empregado na fundição da Sociedade Mineira do Paiva, setor de que muitos “fugiam” por ser arriscado e passível de doenças respiratórias. Nessa função, faziam três turnos de oito horas e fundiam o estanho e às vezes impurezas para se queimarem, que consistia na preparação de uma calda, com a pedra, com carvão, pedra mármore, areia, etc. a qual entrava nos fornos que atingiam mais de 2.000 graus centígrados, sendo que, por meio de eletrólise, o estanho sedimentava no fundo, sendo depois convertido em barras de vinte e dois quilos que eram vendidas para muitos fins, como a indústria conserveira, para latoeiros e para a produção de peças decorativas.

Captação de imagem por Liliana Silva e som por Luís Costa a 13 de dezembro de 2019. Editado por Liliana Silva.