“O Luso, no geral, é um complexo hidrológico fabuloso”, diz-nos Júlio Penetra, antigo gestor, falando dos diversos recursos – desde as termas, ao engarrafamento e ao Grande Hotel – que marcam a localidade.
E as Termas de Luso são o ponto de partida para o complexo de negócios que veio a formar-se.
“São coisas antiquíssimas”, frisa o responsável, recuando no tempo até à primeira notícia destas águas, que data de 1726. No “Aquilégio Medicinal”, o primeiro inventário das águas minerais portuguesas, da autoria de Francisco da Fonseca Henriques, é referido que “entre o Lugar do Luso da Igreja e Luso d’além, termo do couto da Vacariça, comarca de Coimbra, abaixo de uma copiosíssima fonte de água fria rebenta um olho de água quente, a que chamam o “Banho” (…) assim como de “caldas”, mas que não se usa hoje para remédio, nem serve mais, que de regar algumas terras, misturando-se em pouca distancia com a que corre da fonte fria”.
Já António Costa Simões, continua Júlio Penetra, explorou bastante esta ideia de que “se o povo chamava banho por alguma razão seria, porque o povo é sábio”.
A partir dessa primeira notícia desenvolve-se o interesse por esta água. Quarenta e nove anos depois, em 1775, o médico José António Morais, da Lameira de S. Pedro, cura aqui D. Maria I de grave moléstia. Ele próprio construiu uma barraca de madeira para as pessoas poderem aproveitar as termas.
E outras figuras se lhe seguiram, como Costa Simões, Assis Leão, Francisco António Dinis ou Emídio Navarro, conforme enumera Júlio Penetra.