A infância e a adolescência de Armando Medeiros, natural de Vila Pouca, no município de Castro Daire, trouxeram novos horizontes. Foi para Angola com 4 anos e aos 18 regressou a Portugal, com o processo de descolonização do 25 de abril. Na bagagem, os sonhos desfeitos dos pais e dos seis filhos.

Pouco tempo depois, Armando Medeiros foi para Lisboa trabalhar e, no final de 1978, o irmão leva-o para Lenzerheide, na Suíça. Ainda voltou a Portugal para fazer a recruta e a especialidade, tendo passado quatro anos em Lisboa, e em 88 assentou praça em Zermatt, também na Confederação Helvética.

No ano seguinte, veio a Portugal, casou e regressou à Suíça, onde ficou até 2005.
O mais difícil, aponta, “foi a língua”, porque o trabalho não o assustava. Começou por lavar panelas que eram maiores do que a sua estatura, mas ao fim de dois meses já estava a passar para a zona de buffet. A esta experiência juntou ainda a passagem por uma carpintaria e por um outro espaço de restauração.

“Ganhava-se bem, mas saía-nos do corpo. Por isso é que o português é bem visto em Zermatt”, explica.

Já com filhos, Armando Medeiros e a esposa investiram na Casa Lusitânia, um espaço comercial onde se vendia todo o tipo de produtos alimentares portugueses.

Quando os mais novos quiseram vir estudar para Portugal, a mãe acompanhou-os e Armando veio em 2005, embora ainda tenha ido fazer três invernos à Suíça. “As saudades da família já eram muitas”, diz, sendo perentório ao afirmar: “O que sou, agradeço a Zermatt”.