Depois de uma “infância que não foi má”, Hermínia Almeida fala também de uma mocidade alegre e feliz. O pai era artista de obras e a mãe doméstica, enquanto Hermínia, natural de Alva, em Castro Daire, andava “na resina para ganhar um dinheirito”.

Poucos meses depois do casamento, em 1971, acompanhou o marido até à Alemanha, onde este já vivia há cerca de um ano. Viajou em Agosto e a 2 de Setembro começou a trabalhar.

Foram “atrás de uma vida melhor”. “Naquele tempo o dinheiro era escasso e uma pessoa sempre conseguia economizar alguma coisa”, explica.

O casal empregou-se numa fábrica de fiação durante os 12 anos em que esteve emigrado. Nesse período, nasceu o filho mais velho, que tinha nove quando a família voltou às origens.

Conta Hermínia Almeida que o marido começou a acusar cansaço extremo e desgaste, em 1982, pelo que quis regressar a Portugal e embora ainda tivessem tentado mais uma vez, vieram definitivamente pouco depois. Hermínia estava grávida, acabando por ter mais dois filhos em Portugal.

No país de acolhimento ficaram “boas amizades”.

Ainda assim, considera que “emigrar é uma vida um bocadinho triste e cansativa”. É que, embora o corpo estivesse lá, o espírito regressava muitas vezes ao país a que chama de casa.