Natural de Manteigas, José Francisco traz as Caldas, onde passou a infância, no coração. Fala de uma vida “agradável, saudável e bonita” mas também das tardes de fim-de-semana com merendas partilhadas no sossegado das termas. Havia um posto de ensino e uma taberna. Ao som da concertina, formavam-se os bailaricos e jogava-se à bola e ao pelão.
Alguns moradores, como era o caso da sua mãe, alugavam quartos, onde os aquistas passavam cerca de 15 dias enquanto faziam os banhos. Os que tinham menos posses traziam carvão e o colchão para encher com palha e os que podiam já ficavam no hotel. “Trabalhava-se muito mas ganhava-se qualquer coisa”, recorda.
Já os mais novos abriam os portões de ferro que os separavam das águas quentes termais e ali mergulhavam em qualquer altura do ano.
A Capela de Nossa Senhora da Saúde era outro dos pontos emblemáticos. Em volta do templo existia um baraço, onde, depois de curados das maleitas que os impediam quase de andar, os aquistas depositavam as bengalas e as muletas de que já não necessitavam.