O sogro de Otília Pires já tinha uma casa onde dava alojamento e refeições. Assim, juntamente com o marido, não perdeu a oportunidade quando surgiu a venda da Pensão Moderna, nas Caldas da Felgueira. Recorda-se que deram 100 contos de sinal e o resto do valor foram trabalhando para pagar.
Entre as suas memórias está a figura de António Marques, natural de Vale de Madeiros e que tinha feito fortuna com a Pastelaria Suíça. “Vinha no inverno, com a sua capa da serra e chapéu de aba larga”, recorda. Nas suas mãos, o Grande Hotel torna-se uma referência nacional ao nível da gastronomia e sobretudo de pastelaria.
Após a sua morte, em 1960, os sobrinhos herdam a unidade mas o incêndio, dois anos depois, faz com que percam o interesse. Viria a ser Emílio Braga, proprietário de papelarias e frequentador assíduo das termas, a reconstruir o edifício e a reformular o balneário.
Hoje, lamenta Otília Pires, o movimento está mais fraco. “Faz falta mocidade e os médicos ajudarem, incentivando a cura termal”, aponta.
Além do percurso como empresária – a filha seguiu as pisadas dos pais no Hotel Pantanha -, também faz tratamentos termais, desde nebulização individual, irrigação nasal, piscina, massagem vichy e hidromassagem.