Por questões médicas, Francisco Leitão veio, em 1975, então aos 26 anos, parar às Termas do Luso, na sequência de uma crise renal que poderia obrigá-lo a uma intervenção cirúrgica caso o prognóstico não evoluísse de forma favorável.
O clínico com quem falou mostrou-se reticente mas como “ser operado de imediato ou dentro de algumas semanas não faria diferença”, Francisco Leitão decidiu ‘arriscar’.
Chegou, seguiu a rotina da consulta médica e instalou-se, cumprindo de forma quase sagrada a prescrição da ingestão da água e o duche de agulheta. “Comecei com muita esperança mas no final, faltando poucos dias e sem vestígios de areias ou pedras expelidas, estava a desanimar”, recorda.
A expetativa era colmatada “com o convívio e o conhecimento”, além do bulício que então se vivia na vila. “Houve um senhor que foi decisivo, a quem contei a minha história. E ele prontificou-se a falar com um urologista renomado de Coimbra, pelo que na minha passagem em direção a Lisboa só teria de fazer uma radiografia. Quando ia a caminho, mostrei-lhe o exame e o problema estava ultrapassado”. A recordação é, ainda hoje, quase 50 anos depois, motivo de emoção e gratidão.
O aquista decidiu voltar nos anos seguintes mas face à ausência de sintomas, à “juventude e outros fatores”, deixou de vir e as crises regressaram. Foi assim que optou por regressar. E já lá vão 40 anos em que repete este ritual. “Continuarei a voltar enquanto puder, porque não voltei a ter crises”, garante, frisando que se nunca foi operado aos rins “devo-o ao Luso”.
A par dos benefícios clínicos nasceu a paixão pelo Buçaco, pela paz e tranquilidade e pelos moinhos, além das amizades que se foram criando e que ganharam raízes.