Orlando Rodrigues leva-nos numa viagem no tempo pelas Caldas da Felgueira, onde começou a trabalhar em 1974, numa época em que João de Oliveira assumia os comandos do balneário e do Grande Hotel. Tinha então 14 anos.
O antigo funcionário conduz-nos pelo retrato da época, em que a forma de funcionamento e organização da estância eram bem distintas. Em termos de tratamentos, estavam disponíveis, nas vias respiratórias, a nebulização coletiva, irrigações nasais, aerossóis, gargarejos e as pulverizações. Já na vertente musculoesquelética podiam encontrar-se banhos simples, duches de jato e aerobanhos (ou banho de bolha de ar). As banheiras de cobre eram devidamente tratadas e tudo tinha de estar a brilhar no início da época, que decorria durante quatro meses e meio, de 1 de junho a 15 de outubro, enquanto agora se prolonga durante nove meses.
Outra curiosidade recordada por Orlando Rodrigues prende-se com as marcações. Não existindo sistemas informáticos, as pessoas levantavam-se cedo para fazer os tratamentos e um raminho ia passando de mão em mão, assinalando a respetiva vez.
Na década de 70, conta, tanto o hotel como as casas particulares e pensões registavam uma forte procura, ficando quase sempre os alojamentos reservados de um ano para o outro.