Uma aldeia ribeirinha como Nodar, situada nas margens do rio Paiva, desenvolveu ao longo dos séculos uma especialização no conhecimento e aproveitamento dos recursos piscícolas. Estas águas límpidas sempre foram um alfobre de bom peixe, donde se destacam a truta, o barbo, a boga e a enguia, o qual complementou, ao longo dos séculos, a dieta dos nodarenses, fazendo, inclusivamente, com que não houvesse carência alimentar em muitos períodos da sua história, em que a agricultura e a criação de gado não conseguiram prover as necessidades alimentares.

Norberto Gomes da Costa, nascido em 1940 na aldeia de Nodar, narrou excertos da relação da comunidade de Nodar com rio: desde o períodos propícios para a pesca (os arreganhos, a desova e o verão), passando pelas técnicas piscatórias usadas (a pesca à rede, à chumbeira, à cana e à mão) e a forma como se repartia o peixe pelas várias famílias (com base em “quinhões”).

Por último, as margens de um rio límpido como o Paiva e o monte em redor da aldeia de Nodar sempre foram palco da presença de inúmeras espécies de pássaros, algumas das quais o narrador descreveu e imitou.

Entrevista, gravação e edição por Luís Gomes da Costa em 16 de fevereiro de 2019.