Canteiro que é canteiro tem as marcas nas mãos, deixadas pelas ferramentas e pela repetição dos gestos. Que o diga Ezequiel Carvalho, de 94 anos. Era garoto, ainda antes de ir para a escola, e já se entretinha junto ao pai a treinar. Pode dizer-se mesmo que se trata do canteiro mais antigo do município de Ansião.

A arte com que fez altares, campas, pias para o azeite e muito mais levou-o a passar não só por quase todo o concelho de Ansião, mas também até Pombal, Leiria, Fátima, Condeixa, Zambujal, Figueiró dos Vinhos e França.

Habitante da aldeia de Sarzedela, Ezequiel fala-nos com orgulho dos tempos antigos como canteiro, um trabalho que exigia paciência e dedicação. O seu nome está ligado ao brasão onde sobressaem elementos como as romãs, fruto da terra; o anel, símbolo de aliança; e os castelos, sinal de fortaleza que está exposto na fachada principal da Câmara Municipal de Ansião e que esculpiu à mão.