Viriato Gouveia habitou-se a ver chegar milhares de doentes às Termas de Monfortinho. “Chegavam a ir buscá-los numa paviola. Eram uma chaga enrolada num lençol”, descreve. A imagem reflete a esperança que os enfermos tinham nas águas da designada ‘Fonte Santa’.

Numa primeira fase, explica o antigo funcionário, “as dores eram intensas” durante os tratamentos, quando se dizia que ‘os males estavam a sair’. Alguns casos eram tão extremos que a pele que ficava nas banheiras era retirada, com pás, para baldes de 15 litros.  Mas, invariavelmente, “voltavam no ano seguinte e nos restantes, até estarem curados”.

“As pessoas chegavam de todo o lado”, conta, revelando que, com um colega, “chegou a dar 450 banhos em 24 horas, nas sete cabines que estavam disponíveis no balneário antigo, onde a água não era aquecida e utilizada com os 29 graus em que emergia na nascente que ficava atrás do edifício.

Através dos pais, ele agricultor e ela comerciante, Viriato Gouveia acompanhava também o impacto social que as termas tinham na aldeia.