Território fértil em água, a comunidade foi aperfeiçoando formas de a conservar, quer fosse para rega, para a alimentação, para matar a sede aos animais ou mesmo para lavar a roupa.
Surgiam assim os tanques públicos, verdadeiros hinos às lavadeiras, que ali chegavam com as bacias a ‘tratar’. Tendo em comum uma laje em pedra para esfregar a roupa, diz-se que não havia nódoa que resistisse a este ritual, sendo depois as peças colocadas a corar. Já depois de entendidas, eram como postais ilustrados.
Mas os lavadouros não eram apenas espaços de trabalho mas também locais de socialização, convívio, conversas e amena cavaqueira. E até os ‘segredos’ da aldeia aqui eram desnovelados.
Ao som da água, juntavam-se as vozes das mulheres, com os cantares tradicionais e as modas da região a entrecortarem horas de grande labor.