“As abelhas do invisível” é um documentário sonoro poético da autoria de Manuela Barile, construído em pequenos fragmentos ligados ao tema das abelhas, tendo sido enriquecido com sons da paisagem sonora da aldeia de Várzea de Calde e com a voz da autora gravada a “cantar” perto das colmeias.

Neste documentário ouvimos o passar do tempo, a dia que dá o seu lugar à noite, as mudanças das estações e o zumbido das abelhas que se adaptam a tudo. Tal como as abelhas obreiras, o ouvinte é convidado a entrar e sair repetidamente de dentro de uma colmeia.

Desde sempre as abelhas são consideradas divinas. Mas porquê? A nossa vida, a nossa sociedade, sempre foram comparadas à das abelhas. Porquê? As abelhas são importantes para a nossa sobrevivência só porque produzem mel? O que podemos aprender delas? Como nasce a paixão pela apicultura e o amor pelas abelhas num apicultor? Qual é a relação entre os apicultores e as abelhas? O que regula o comportamento das abelhas dentro da colmeia?

A estas e outras perguntas a artista tentou responder através de excertos de entrevistas feitas aos apicultores de Várzea de Calde e de excertos de textos de vários filósofos, cientistas, biólogos, escritores, etc. que falaram sobre as abelhas e a apicultura e que foram lidos pelos próprios apicultores, pela própria artista e pelos seu próprios filhos.

Virgílio, Rudolf Steiner. Emily Dickinson, Karl Von Frisch (o primeiro biólogo a decifrar a dança do abdómen das abelhas), Aristóteles, Guillaume Apollinaire, Maurice Maeterlinck, (dramaturgo, poeta e ensaísta belga apaixonado por entomologia, o qual escreveu um dos mais significativos livros sobre a vida das abelhas e que introduziu pela primeira vez a expressão “o espírito da colmeia”), Rainer Maria Rilke são alguns dos autores citados.

A obra sonora “As abelhas do invisível” faz parte da exposição “O espírito da colmeia” concebida para o Museu do Linho de Várzea de Calde (Município de Viseu), co-financiado pelo programa Viseu Cultura do Município de Viseu, pela Direção Geral das Artes e pelo Programa Europa Criativa (rede Tramontana).